terça-feira, 12 de setembro de 2017

Bonsai: A arte do cultivo de árvores anãs




A palavra Bonsai (em japonês bon-sai) quer dizer ``árvore em bandeja`` ou ``árvore num vaso``.
Uma arvorezinha Bonsai necessita ter outras características além da básica, que é estar plantada em um vaso baixo e pequeno. Ela tem que ser uma cópia perfeita só que em miniatura de uma árvore que está na natureza. É obrigada a reproduzir o modelo do crescimento de uma árvore real e as consequências produzidas pela gravidade nos galhos dessa árvore, além disso para ficar mais fiel deve reproduzir as marcas causadas pela ação do tempo e a organização total dos galhos. Basicamente o bonsai é uma obra de arte feita pelo homem por intermédio de trabalhos qualificados. 
O Bonsai não é um tipo de espécie vegetal exclusiva, mas sim o fruto de uma forma usada em árvores com o propósito de miniaturizá-las guiando-se em formas que acham-se na natureza. Não existe na natureza a árvore de Bonsai, mas sim árvores se são modificadas por meio do método de Bonsai. Na realidade é uma arte que seleciona e transforma árvores que possuem capacidade para se aproximarem a uma réplica existente na natureza.
Por meio da atenção é notado que as árvores dispõem de orientações de hábitos e jeitos particulares. Além disso acha-se uma classificação de tipos de bonsai e formas conhecidas apoiado no tipo natural das árvores. As categorias fundamentais são baseadas em especial nas formas e na soma do número de árvores na formação.



Apesar de a palavra ´bon-sai` ser de origem japonesa, a arte que ela reproduz surgiu primeiro no império chinês. Cerca do ano 700 a.C. os chineses iniciaram uma arte denominada ´pun-sai`, utilizando métodos singulares para cultivar árvore anãs em bandejas. Originalmente, somente a aristocracia da sociedade chinesa fazia o pun-sai usando exemplares nativos que eram colhidas na região, e, dessa forma as árvores foram dispersadas por toda a China como mimos de requinte. Foi no decorrer do Período Kamakura, época na qual o Japão abraçou a maioria das marcas registradas culturais da China, que o cultivo de árvores em bandejas foi incorporado na terra do sol nascente. Os japoneses aprimoraram o Bonsai através de certas normas por causa da influência da religião zen-budista e também pelo fato do Japão ter somente 4% do tamanho da China continental. A diversidade de tipos de paisagens era, por conseguinte, demasiadamente mais restrita. Vários métodos, estilos e instrumentos amplamente notórios atualmente foram aperfeiçoados no Japão com base em originais chineses. Conquanto famoso de maneira reduzida fora do continente asiático por três séculos, só há pouco tempo o Bonsai vem sendo efetivamente divulgado fora de seus países de nacionalidade.


Na parte ocidental do mundo, o cultivo do Bonsai como lazer foi crescendo muito nos últimos 200 anos e nos dias de hoje estas arvorezinhas estão distribuídas em todo o planeta. O aumento do fascínio de pessoas pela arte do bonsai é dividido com o aumento da dedicação dada às artes do oriente nos últimos anos.
A despeito de assemelhar a um lazer muito incomum, a cultura destas árvores em miniatura não é mais difícil do que a jardinagem usual empregada a plantas em vasos. A dessemelhança vital se encontra no zelo que se deve ter para conseguir reproduzir os atributos de uma árvore de tamanho muito maior, e é aí que está a complexidade da arte do Bonsai. Muito além de meticulosa poda e adubação, é necessário ter bastante paciência e certa aptidão artística. Em numerosas lendas, o bonsai é símbolo de boa sorte e bastante dinheiro, mas isso é abandonado quando se aprende a autêntica importância e a definição do Bonsai.
Várias são as técnicas utilizadas para controlar o crescimento da árvore como:
- Limitação do crescimento das raízes através do vaso usado: Uma árvore não tem essa limitação na natureza, à vista disso cresce livre.
- Aplicação de adubos com uma quantidade mais baixa de nitrogênio: muito nitrogênio causa um crescimento veloz e folhas com dimensão maior do que o esperado.
- Irrigação em quantidades pequenas: compreenda-se como pequena a irrigação executada com método, e não com racionamento. Não se pode molhar o bonsai diariamente, caso contrário ele seca de um dia para o outro, por essa razão o clima, o vento, a posição da árvore sempre irão afetar justamente a periodicidade da irrigação. Conforme as exigências, é preciso usar o senso, irrigar só quando a terra estiver seca, e não quando ela estiver molhada.
As árvores não passam por um processo de modificação genética. Quase toda espécie pode ser usada, sendo que as mais conhecidas, as do gênero Pinus (pinheiros), Acer (bordo), Ulmus (olmos), Juniperus (junípero/zimbro), Ficus (figueira), Rhododendron (rododendro ou azaléa), entre outros.
É possível achar bonsais de diversas estaturas, porém a maior parte fica entre 5 cm e 80 cm. Os bonsais que medem no máximo cerca de 25 cm são denominados shohin. Habitua-se denominar os bonsais com tamanhos menores que 7 cm de nano.
Pode-se achar, na natureza, árvores que crescem de formas muito diferentes. Essas mesmas formas são reproduzidas por meio de ``prática`` (amarração e poda). Abaixo estão 24 estilos clássicos:

- Chokan: Estilo ereto formal. Árvore com tronco reto, que vai diminuindo de espessura gradualmente, da base ao ápice. Os ramos devem ser simétricos e bem balanceados;
- Moyogi: Estilo ereto informal. Tronco sinuoso, inclinando-se em mais de uma direção à medida que progride para o ápice, embora mantendo uma posição geral mai ou menos reta. A árvore deve dar a impressão de um movimento gracioso;
- Shakan: Estilo inclinado. Tronco reto ou ligeiramente sinuoso, inclinando-se predominantemente em uma direção;
- Kengai: Estilo cascata. A árvore se dirige para fora da lateral do vaso e então se movimenta para baixo, na direção da base do vaso, ultrapassando a borda do mesmo. Os vasos nesse estilo são estreitos e profundo;
- Han-Kengai: Estilo semi-cascata. Semelhante ao anterior, com a árvore caindo a um nível abaixo da borda do vaso, mas não chega a altura da base do vaso;
- Fukinagashii: Varrido pelo vento. Árvore com ramo e tronco inclinados com que moldados pela força do vento;
- Hokidashi: Bonsai estilo vassoura;
- Bunjingi: Bonsai estilo literati;
- Takosukuri: Bonsai estilo tentáculos;
- Nejikan: Bonsai estilo dragão;
- Bankan: Bonsai estilo espiral;
- Sharimiki: Bonsai estilo madeira morta;
- Sabamiki: Bonsai estilo madeira morta;
- Sekijoju: Bonsai estilo raiz sobre pedra;
- Ishisuki: Bonsai estilo árvore sobre rocha;
- Neagari: Bonsai estilo raízes expostas;
- Soju: Bonsai estilo mãe e filho;
- Sokan: Bonsai estilo tronco duplo;
- Tosho: Bonsai estilo tronco triplo;
- Kabudashi: Bonsai estilo troncos interligados;
- Netsunagari: Bonsai estilo jangada sinuosa;
- Ikadabuki: Bonsai estilo jangada reta;
- Yose Ue: Bonsai estilo floresta;
- Penjing: Bonsai estilo paisagem em miniatura.

Fonte: Wikepédia

Existem três método para se cultivar o Bonsai que são:

- Misho: Cultiva-se a partir das sementes. Fundamenta-se na escolha da espécie que se quer obter um bonsai, adquirir algumas sementes desta planta (caso a espécie que for escolhia não tiver sementes, o misho não é usado nesta situação), depois plantá-las e esperar a germinação da planta - dependendo da espécie, o processo de crescimento dura, de 1 a 3 meses.

- Yamadori: A palavra Yamadori quer dizer mudas tiradas na natureza, mas pode-se obter as mudas comprando-as num horto. Esta técnica pode der utilizada como uma continuação do misho, contudo, com a economia de alguns meses ( a idade da muda terá influência nesta circunstância). A muda deve exibir um caule pequeno porque certas espécies tem a tendência de apresentar um crescimento vertical excessivo do caule, ficando assim inapropriadas para virarem um bonsai - por causa disso precisam se moldadas já muito cedo.
Uma observação importante é que na situação da colheita da muda na natureza, precisa-se ter muita cautela para não estragar as raízes no momento de puxá-las.

- Alporquia: É a técnica de reprodução assexuada de plantas, causando o surgimento de raízes adventícias (são raízes secundárias que aparecem nos caules ou nos ramos ou nas folhas) em um ramo de uma planta com raízes já profundas.

Substrato: Ele deve realizar vários papéis no vaso do bonsai. Permitir a sustentação necessária às raízes, propiciar a permanência da água e dos nutrientes, viabilizar aeração e drenagem apropriadas e, necessitando da finalidade, apressar ou atrasar o desenvolvimento das folhas.

Poda: No bonsai a pode possui uma aplicação que vai além da atribuição da beleza. Possibilita a substituição de ramos, dando um rejuvenescimento para a planta. São tirados os ramos com problemas, que estão numa posição ruim ou que estejam mortos, tiram-se áreas foliares pouco salubres. Pode-se também com a poda obter uma estabilidade entre a massa foliar e a área reticular, um exemplo é durante uma transplantação. A poda é muito importante para os bonsai, organiza-se
uma armação básica, muitos problemas são reprimidos, harmonizam-se ou reorientam-se as ações de crescimento.

Abaixo dois vídeos sobre bonsai: 


Como criar uma árvore bonsai





Impressão do famoso berçário Shunkaen Bonsai no centro de Tóquio, cheio de árvores de Bonsai uma obra-prima.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Kabuki: o belo e tradicional teatro japonês










O kabuki é um dos quatro estilos de teatro japonês, os outros são o noh, o kyogen e o bunraku ( o teatro de fantoches).
Durante mais de 250 anos de paz do perído Edo (1600-1868 d.C.) o teatro kabuki cresceu bastante. As vestimentas luxuosas e os cenários do Kabuki retratam a predileção pela cultura comercial que se fortaleceu nessa época da história japonesa, os personagens das peças são compostos tanto de heróis grandiosos, quanto de pessoas comuns que buscam harmonizar suas próprias aspirações e com seus afazeres dentro da sociedade.
Para o povo japonês, o kabuki é uma arte feita para o prazer das pessoas comuns, atendendo os desejos atuais, preferências e ambições de um tempo. Em todos os sentidos, ele é refinado e comum, engraçado e dramático, apresentando o assunto principal da peça por intermédio de um compasso estruturado em ka (dançar), bu (dançar) e ki (representar). O teatro kabuki não pode ser considerado como uma arte extremamente rigorosa, erudita ou abstrata, mas sim como uma encenação concebida para divertir o público que não deixa de possuir suas origens artísticas.
Em contraposição com outras formas antigas de teatro, na atualidade, o kabuki é ainda muito popular, sendo interpretado com frequência para públicos animados nos teatros japoneses como o Kabuzika em Tóquio, o Minamiza em Kyoto e o Shochikuza em Ozaka.


Teatro Kabukiza no bairro Ginza em Tóquio



No primórdios de sua história o kabuki era encenado principalmente por mulheres. Crê-se que o kabuki tenha se originado das danças e atuações de teatros simples que foram apresentadas pela vez na cidade de Kyoto, no ano de 1603, por uma artista chamada Okuni que era auxiliar do templo de Izumo. O vocábulo kabuki tinha sentidos desagradáveis, não rigorosos e nada sofisticados, e assim começou a ser executado às exibições do popular grupo de teatro de Okuni e seus plagiadores. Os grupos onna kabuki (grupos teatrais de mulheres) tinham um negócio simultâneo que era a prostituição, o shogunato Tokugawa os reprovava e assim em 1629 tomou a decisão de os expulsar e proibir que mulheres aparecessem no palco. Dessa forma, o kabuki wakashu (grupo formado por jovens homens) caiu no gosto do povo, mas no ano de 1652 foi expulso também por causa do resultado contrário na honra pública dos trabalhos de prostituição dos intérpretes juvenis.
Visto que tanto as mulheres quanto os meninos adolescentes foram expulsos, o kabuki converteu-se num teatro de homens adultos e, embora fosse autorizado que o kabuki yaro (formado de homens) continuasse atuando, o governo exigiu que os atores evadissem cenas libidinosas e empenhassem obedecer os padrões mais efetivos do teatro kyogen.
Durante o século seguinte ao decreto legal de existir somente homens houve uma grande transformação do kabuki. Os personagens de onnagata (encarnação feminina) se tornaram maravilhosamente aprimorados e assim o ator Ichikawa Danjuro I (1660-1704) começou o vigoroso e masculino estilo aragoto (negócio rude) de representar em Edo (atual Tóquio), no mesmo momento em que o ator Sakata Tojuro I (1647-1709) melhorou o rebuscado e realista estilo wagoto (negócio suave) nas cidade de Kyoto e Ozaka.
O palco do kabuki pouco a pouco avançou de um palco noh, e uma cortina de deslizar foi acrescentada, tornando mais fáceis a apresentação de peças mais complexas, com muitos atores.
O corredor hanamichi entre o público começou a ser bastante utilizada e dotou um palco para as entradas e saídas singulares que atualmente são muito corriqueiras no teatro kabuki. Em 1758 foi usado pela primeira vez o palco rotativo.
Na época da cultura comercial do século XVIII, o kabuki se ampliou em um elo ao mesmo tempo de rivalidade e de colaboração com o teatro de fantoches bunraku. Chikamatsu Monzaemon (1653-1724) que é considerado um dos grandes dramaturgos do Japão, mesmo tendo se dedicado a escrever peças para os teatros de fantoches depois de 1703 chegou a escrever diversas peças propriamente para o kabuki. Foi aproximadamente nessa época, que o kabuki por um período curto de tempo perdeu sua popularidade para o bunraku nas cidades de Kyoto e Ozaka. Procurando concorrer, numerosas peças de fantoches passaram por adequações para o kabuki, e inclusive os atores começas a reproduzir os movimentos marcantes dos fantoches.
 Em 1868 houve a destituição do shogunato Tokugawa que causou a anulação da classe samurai e também de toda organização social que foi o alicerce para a cultura comercial, de que o kabuki fazia parte. Chegou-se a tentativas inúteis de incorporar conceitos e roupas ocidentais no kabuki, não obstante grandes atores como Ichikawa Danjuro IX (1838-1903) e Onoe Kigurogo V (1844-1903) reivindicaram pela volta ao conjunto antigo do kabuki. Foi no século XX, que os escritores japoneses como por exemplo Okamoto Kido (1925-1970) e Mishima Yukio (1925-1939), que não se encontravam ligados exatamente com a área do kabuki, escreveram peças teatrais que faziam parte do grupo shin kabuki (novo kabuki). As peças shin kabuki agregavam as formas clássicas com as novidades do teatro moderno e algumas delas foram englobada ao repertório tradicional do kabuki.
Graças a fidelidade às seus fundamentos tradicionais, tanto na interpretação das peças teatrais quanto na rigorosa escala das famílias participantes que determinavam o campo do kabuki, que atualmente ele é uma parte poderosa e integrante da indústria japonesa do lazer.
Há três tipos de peças importantes no kabuki: jidai-mono (peças ``históricas`` ou antecedentes ao período Sengoku), sewa-mono (``domésticas`` ou depois do período Sengoku) e shosagoto (peças de dança). O mie e a maquilhagem são atributos significativos do teatro kabuki.
Os mie são as poses exóticas que o ator mantém para representar seu personagem. O significado da palavra japonesa mie é ``expressão`` ou ``visivo``. É a hora na qual o ator pára congelado na pose. O objetivo do mie é expor o clímax das sensações do personagem. O ator abre os olhos o máximo que puder; se o personagem precisar parecer inquieto ou irritado o ator chega a ficar vesgo. A maquilhagem (em japonês Kenshô) é um componente desse estilo teatral muito fácil de se reconhecer, até por pessoas que não estão acostumadas com esta forma de manifestação artística. O pó-de-arroz é utilizado para fazer a base branca chamada oshiroi. O kumadori é usado para realçar ou exceder as linhas da face para elaborar as máscaras dramáticas utilizadas pelos atores, de expressões demoníacas ou animalescas.
Vários truques cenográficos como o ágil surgimento e sumiço dos atores em cena são constantemente usados. O vocábulo Keren, várias vezes traduzido como ``jogo para a galeria`` , é muitas vezes aplicado como vocábulo geral para esses mesmos truques. O hanamachi e várias novidades, abrangendo o palco rotativo, seri (``armadilhas`` de palco são elementos que elevam ou escondem os atores no palco) e o chunori (``cavalgando no ar`` que é o uso de cordas para faze o ator ``voar`` sobre o público) têm ajudado para o espetáculo do kabuki. O hanamachi proporciona fundo ao palco, ao mesmo tempo que os seri e chunori proporcionam um tamanho vertical à cena da peça.


Ator de kabuki no momento do mie (pose).




Exemplos de kumadori.




Abaixo um vídeo sobre kabuki: